02 outubro 2006

A Volta dos que Não Foram: Fernando Collor


Embora seja notório o grau de amadurecimento da população em relação a política brasileira e as escolhas dos eleitores, ainda lamentamos certos acontecimentos como alguns dos resultados das eleições 2006, anunciados a partir da noite de primeiro de outubro.
O "Caçador de Marajás" e dos cheques fantasmas do PC Farias, Fernando Collor de Mello, foi eleito senador de Alagoas com 550 mil votos, correspondendo a 44,04% dos votos válidos pelo PRTB (Partido Renovador Trabalhista Brasileiro). Para quem não se lembra, Collor foi o primeiro presidente civil eleito por voto direto desde 1960 no Brasil. Carioca, fez carreira política em Alagoas. Elegeu-se deputado federal pelo PDS (Partido Democrático Social), em 1982. Pelo PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro), foi eleito governador de Alagoas em 1986. Foi afastado da Presidência da República em 2 de outubro de 1992 em meio a denúncias de esquemas de corrupção. Hoje fazem exatamente 14 anos que ocorreu esse histórico incidente. Renunciou à Presidência da República em 27 de dezembro do mesmo ano.

Por trás do jeito Collor, do "aquilo roxo", montava-se um esquema de corrupção e tráfico de influência que veio à tona em seu terceiro ano de mandato. Em maio de 1992, Pedro Collor concedeu entrevista na qual acusava o tesoureiro da campanha presidencial de seu irmão, o empresário Paulo César Farias, de articular um esquema de corrupção de tráfico de influência, loteamento de cargos públicos e cobrança de propina dentro do governo. O chamado esquema PC teria como beneficiários integrantes do alto escalão do governo e o próprio presidente. No mês seguinte, o Congresso Nacional instalou uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar o caso. Durante o processo investigatório, personagens como Ana Accioly, secretária de Collor, e Francisco Eriberto, seu ex-motorista, prestaram depoimento à CPI confirmando as acusações e dando detalhes do esquema. Um dos expedientes utilizados por PC era abrir contas "fantasmas" para realizar operações de transferência de dinheiro _arrecadado com o pagamento de propina e desviado dos cofres públicos_ para as contas de Ana Accioly. Além disso, gastos da residência oficial de Collor, a Casa da Dinda, eram pagos com dinheiro de empresas de PC Farias. Aprovado por 16 votos a 5, o relatório final da CPI constatou também que as contas de Collor e PC não foram incluídas no confisco de 1990. Foi pedido o impeachment do presidente. Em agosto, durante os trabalhos da CPI, a população brasileira começou a sair às ruas para pedir o impeachment. Com cada vez mais adeptos, os protestos tiveram como protagonista a juventude, os "cartas-pintadas", que pintava no rosto "Fora Collor", com um ele verde e o outro amarelo, e "Impeachment Já". Em votação aberta, após tentativa de manobra do presidente para uma sessão secreta, os deputados votaram pela abertura de processo de impeachment de Collor. Foram 441 votos a favor (eram necessários 336), 38 contra, 23 ausências e uma abstenção. Collor renunciou ao cargo, mas com o processo já aberto, teve seus direitos políticos cassados por oito anos, até 2000.

3 Comentários:

  • Oie amigo Ronilson,
    Acho essa política uma meleca sabia, acho que o povo brasileiro gosta de sofrer, acho ridículo as pessoas votarem nesses safados, impossível não lembrar de tudo que fizeram :(
    Infelizmente tem gente muito burra no nosso País, pois inocentes são nossos filhos!
    Vou parar de falar, pois isso me revolta muito.
    Por isso que faço questão de dizer sou brasileira amo meu País, mais sinto vergonha dos nossos governantes, infelizmente!
    Bem amigo tenha uma excelente semana!
    Kisses =****

    Por Anonymous Anônimo, as 11:19 AM  

  • uau! q texto enorme!
    é seu?
    parabéns pelo blog, gostei muito
    bjos

    Por Anonymous Anônimo, as 9:56 PM  

  • Obrigado pelo apoio. Continuem visitando. Haverá atualizações semanais no mínimo, ou sempre quando possível. Os textos de minha autoria não têm indicação de fonte. Portanto, esse texto foi escrito por mim.

    Por Blogger publiccreation, as 7:33 AM  

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