15 outubro 2006

A Volta dos que Não Foram: José Roberto Arruda


Outro lamentável incidente ocorreu no Distrito Federal, o ex-senador e violador do painel do senado, José Roberto Arruda, foi eleito Governador do Estado, com 50,38% dos votos válidos pelo PFL (Partido da Frente Liberal). A obra superfaturada do Fórum Trabalhista do TRT-SP, de onde foram desviados R$ 169,5 milhões, envolveu o então senador Luiz Estevão (PMDB-DF), dono do Grupo OK, que trabalhava com a Incal, justamente a empresa responsável pela construção do prédio inacabado do fórum. Numa decisão histórica, o Congresso cassou o mandato de Luiz Estevão em 27 de junho de 2000. Mas essa votação rendeu outro episódio inusitado tendo como protagonistas o presidente do Senado na época, Antônio Carlos Magalhães, e o líder do governo Fernando Henrique Cardoso, senador José Roberto Arruda, acusados de fraudar o painel de votação eletrônica do Senado, ato que configura quebra do decoro parlamentar, para obter a lista dos votos referentes à cassação de Estevão. Sobe ao palco outra importante personagem, a ex-diretora do Prodasen (Centro de informática e Processamento de Dados do Senado Federal), Regina Borges. Quando o caso ganhou a imprensa, Regina Borges disse que agiu por ordem do senador José Roberto Arruda. Este, por sua vez, negou a princípio, mas depois recuou e disse que o pedido para obter a lista partiu de Antônio Carlos Magalhães. ACM admitiu que teve acesso à lista, mas afirmou que nunca instruiu ninguém para obtê-la. No dia 23 de maio de 2001, o Conselho de Ética do Senado aprovou o relatório que pedia a abertura do processo de cassação dos dois senadores. Assim, Arruda renuncia e faz discurso emocionado na tribuna do Senado para escapar da cassação e salvar seus direitos políticos. Em meio às lágrimas, foi à tribuna do Senado e disse que renunciou para poupar os colegas senadores de um constrangimento maior. Certamente, estava envolvido em algo muito maior, com a participação de muitos dos constrangidos colegas, mas a população só viu a ponta do iceberg. Então, como só acontece no Brasil, a renúncia de José Arruda serviu para inocentá-lo do fato sem maiores consequências e limpou também o nome do eterno senador baiano, Antônio Carlos Magalhães.

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