15 outubro 2006

Debate das Acusações: Quarto Bloco


Fonte: UOL Eleições

O quarto bloco do debate entre Lula e Alckmin foi marcado pela mudança em seu formato. Os candidatos tiveram que responder questões feitas por jornalistas do Grupo Bandeirantes. A primeira questão foi feita pelo comentarista Franklin Martins para o presidente Lula, sobre um dos temas mais abordados durante toda a campanha - o fato do petista dizer que não tinha conhecimento sobre episódios importantes de seu governo, como o escândalo do mensalão, e se ele não repetiria esse mesmo erro em um eventual novo governo. Lula disse que o mais importante não é saber ou não o que aconteceu, já que "a lógica da ética não é saber antes de acontecer, e sim punir quando acontecer". O atual presidente disse que vai continuar a punir "companheiros de 30 anos" caso eles se envolvam em atos de corrupção. Citou também a eficiência da Polícia Federal em investigar os casos de corrupção. Falou também que "o Presidente da República não se exime de responsabilidades, mas nenhum presidente ou pai de família sabem de tudo".

Em sua réplica, Alckmin disse que Lula não responde às grandes questões sobre valores porque seu governo é "uma lista telefônica de corrupção", e citou como exemplo a impressão de cartilhas com recursos federais que foram distribuídas em diretórios do PT. Fernando Vieira de Mello propôs a segunda questão, direcionada a Alckmin, sobre a redução da maioridade penal, e falou sobre o assassino de Liana Friedenbach e Felipe Caffé, conhecido como Champinha. Alckmin disse que é contra a redução da menoridade penal, mas é a favor de aperfeiçoar o Estatuto da Criança e do Adolescente, e prever mais de 3 anos de internação em casos graves, e remover os maiores de 18 anos da Febem, com a interrupção da internação ou a transferência para o sistema prisional, mas separado dos presos comuns. Falou também da falta de exemplo que os jovens tem, e que "a impunidade é a mãe de todo tipo de corrupção".

Ao comentar, Lula disse que problema da segurança pública diz que não é apenas político, mas que envolve a família e a sociedade. E falou de investir nos jovens, na educação, e nas oportunidades de emprego. A terceira questão foi feita para Lula por José Paulo de Andrade, que citou uma entrevista de um autor de novelas que disse que o brasileiro tem mais simpatia pelos vilões que pelos mocinhos para saber como Lula retomaria a ética e o exemplo para os jovens do país. Lula não respondeu diretamente e ainda aproveitou para alfinetar a imprensa, que para o petista faz uma cobertura exagerada dos episódios que envolvem seu governo. "Tão grave quanto os problemas do Brasil é a desagregação da sociedade Brasileira", disse o presidente, que pediu a participação de todos para a propagação de bons exemplos que inspirem os jovens, principalmente a divulgação deles na mídia.

O tucano rebateu os argumentos de Lula, dizendo que "quanto a corrupção, o exemplo vem de cima". Alckmin afirmou que Lula não tem autoridade moral para falar sobre assunto depois dos escândalos em seu governo. O ponto mais quente do terceiro bloco foi exatamente a resposta de Lula à afirmação de Alckmin. "Eu tenho autoridade moral porque 60% dos prefeitos envolvidos com os sanguessugas são do PFL e do PSDB, e tenho autoridade moral poque não deixo sem punição os envolvidos com corrupção". A economia foi o tema da última questão, que foi formulada por Joelmir Beting para Geraldo Alckmin. O jornalista queria saber onde, quando e como faria cortes significativos nos gastos federais para estimular o crescimento do país.

Em sua resposta, o tucano disse que o Brasil não cresce pela taxa de juros e que "o governo Lula do PT é a tartaruga, tá parado, tá parado", mas não especificou os cortes que faria. Falou em não desperdiçar o dinheiro do povo e promover a eficiência do gasto público. Para atacar o governo Lula, Alckmin afirmou que a gestão do petista gastou mais em propaganda que em saneamento básico. Lula devolveu o ataque ao tucano em sua réplica. "De gasto em publicidade o Alckmin conhece. É só ver a Nossa Caixa", disse o presidente, fazendo referência a um dos episódios mais explorados na campanha contra o governador de São Paulo. No contra-ataque, Alckmin disse que a política de Lula é a mesma política da gestão Fernando Henrique, só que de maneira equivocada. "O remédio e o veneno são os mesmos, o que diferencia é a dose".

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