01 novembro 2006

Choque de Interesses Entre Rede Globo e o Governo Lula


A Era Lula não trouxe grandes benefícios para a Rede Globo. Há quatro anos, a emissora carioca enfrentava um espiral de dívidas, inclusive com credores internacional tentando decretar a moratória da empresa em tribunais de Nova York. A Rede Globo esperava que o Governo Federal liberasse um empréstimo, via BNDES, tipo à fundo perdido, para saldar suas dívidas. A
gritaria entre os veículos de mídia foi geral. Afinal, a maioria das emissoras de tv e rádio e os jornais impressos também enfrentam suas dívidas. Seguindo essa lógica, se é para ajudar a Globo, é para ajudar a todos, como ocorreu no Governo FHC que sacou milhões em recursos para ajudar os bancos. O Governo Lula não se comoveu com o drama da Globo e vetou o empréstimo. Resultado: A emissora da família Marinho precisou se virar, vendendo suas operações no exterior e também suas participações no mercado de TV Paga, liberando a SKY para o sócio magnata Rupert Murdoch, dono do grupo Fox, e vendendo a Net Brasil para o grupo mexicano Telmex.

No auge do Governo Lula, O Congresso Nacional recebeu o projeto da Lei Geral das Comunicações. Em vários pontos do projeto, existem determinações que contrariam os interesses da emissora carioca. Muito se discutiu o projeto em vários veículos de mídia, inclusive na Globo. Sabe-se que o Congresso foi assediado por diversos lobistas. Resultado: O projeto foi engavetado. Não se fala mais nisso.

O único ponto favorável do Governo Lula para a Rede Globo ocorreu nos últimos meses, com a escolha do Ministro das Comunicações, Hélio Costa, ex-funcionário da emissora carioca. Ao assumir o Ministério, ele agilizou o processo de implantação da TV Digital no Brasil e escolheu o padrão japonês para ser adotado em nosso país. O mesmo padrão defendido pela Rede Globo. O impasse de escolher entre o padrão japonês, europeu e norte americano dura mais de uma década e vem dos tempos de Itamar Franco. Atravessou os dois mandatos de FHC, sem solução. O Governo Lula até acenou com a possibilidade de desenvolver o próprio padrão brasileiro em aliança com a China. Mas essa idéia patinou no momento em que escolheram o novo Ministro das Comunicações. A pergunta que não quer calar: Será que a Globo vai conseguir transferir o modelo monopolista atual para a Televisão Digital? Isso, só o tempo poderá responder.

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